O tempo das moscas: Claudia Piñeiro

O tempo das moscas

O tempo das moscas

O tempo das moscas é um romance escrito pela premiada roteirista, dramaturga e autora argentina Claudia Piñeiro. A obra —cujo gênero poderia se estabelecer entre a narrativa hispânica, o thriller e a literatura sociológica— foi publicada pela primeira vez pela editora Alfaguara em 2022. O livro é uma espécie de continuação de Tuya, um dos títulos mais conhecidos de Piñeiro; no entanto, é possível lê-lo de forma independente.

A volta de Inés, a protagonista, é um reencontro e, ao mesmo tempo, um choque. Tudo está pronto para expor as evidências dos avanços culturais que a sociedade sofreu na última década. O tempo das moscas gira em torno de um crime, mas também é uma história sobre amizade, força da mulher, maternidade indesejada, imposições, passado e, claro, moscas.

Sinopse de O tempo das moscas

Reintegração na nova sociedade

Agnes é uma mulher madura Ela foi presa por assassinar a amante do ex-marido. Seu crime e sua permanência na prisão o fizeram perder tudo: seu status e seus laços afetivos, inclusive o de Laura, sua filha. Quase dezesseis anos depois, ela é libertada, apenas para descobrir que se encontra em uma sociedade na qual não se encaixa mais.

Acostumada às quatro paredes de sua pequena cela, ela não participou da mudança da realidade: uma sociedade com novas leis.. Essas leis, ou muitas delas, visam favorecer as mulheres, o que surpreende a protagonista.

Não obstante, a remodelação vai além dos juristas, pois também pertence às ruas das cidades, às marchas feministas e suas demandas – como acesso à educação sexual, compreensão do consentimento e aborto legal. A forma de se expressar, da mesma forma, sofreu modificações, e o que era comum já não é mais.

de volta à luz

Depois de pagar o seu crime, ainda sem se arrepender do que fez, Inés liberta-se da escuridão e tenta integrar-se na sua nova vida. A sociedade lhe dá a oportunidade de conviver em liberdade, mas não lhe dá as ferramentas para enfrentar o mundo..

É quando entre em contato com o único amigo que lhe resta: La Manca. Juntos, eles decidem formar uma parceria para ganhar dinheiro e começar a construir uma vida tranquila. Enquanto Inés trabalha em sua empresa de exterminadores de pragas, La Manca trabalha como investigadora particular.

Nenhuma das duas atividades está relacionada, mas isso não impede que as amigas se apoiem genuinamente, mostrando o que hoje se conhece como "sorority". Enquanto as mulheres tentavam se ajustar tanto quanto possível para linguagem inclusiva, igualdade de casamento e cultura de cancelamento, Sra. Bonar aparece em suas vidas, uma senhora que não pertence à categoria dos bairros onde Inés e La Manca realizam suas tarefas e que, mesmo assim, lhes oferece um negócio insano.

o começo do thriller

É aqui que o livro deixa de ser uma narrativa sociológica para se tornar um romance policial. A proposta da senhora Bonar é assustadora, mas pode dar a Inés e a Manca dinheiro suficiente para mantê-los tranquilos por muito tempo.. Essa quantia seria capaz de mudar suas vidas. O plano vai contra toda moral ou legalidade, e os dois devem pensar muito bem antes de decidirem fazer algo que acabe mandando-os para a prisão.

O mais estranho é que a tarefa envolve investigar um crime que ainda não ocorreu, no melhor estilo Crime e Castigo, do mestre russo Fiódor Dostoiévski. Assim como no romance do escritor, O tempo das moscas desenvolve entre temas relacionados à sociedade, comunidades onde as coisas mais terríveis podem acontecer, mas onde também é possível encontrar uma pequena faísca que ilumina o caminho.

Um nome específico para uma história específica

O tempo das moscas não é um título escolhido aleatoriamente. No romance por Cláudia Pineiro habitam extensas passagens que se referem a esses insetos. Inés, apesar de ser uma exterminadora, é obcecada por moscas, por isso não elimina nenhuma delas. Pelo contrário, em conjunção com uma forte afirmação associada ao manifesto feminista, a personagem principal cria odes que defendem os seus amiguinhos, que ama e sente como companheiros de vida.

Estilo narrativo do autor

A prosa de Claudia Piñeiro é repleta de diálogos, o que a torna fluida e direta. Porém, a atmosfera e o cenário criados pela escritora transformam sua narrativa, e envolva-o na quantidade certa de tensão para manter o leitor interessado. Por outro lado, O tempo das moscas levanta uma comparação interessante e pergunta: o que aconteceria se uma mulher do início do século XNUMX saísse das sombras do passado e entrasse em contato com a realidade atual?

Isso mudaria suas configurações mentais e culturais? Suas expectativas poderiam ser forçadas no redesenho? Você não precisa ir muito longe para estudá-lo. Hoje, junto com a gente, convivem aquelas mulheres que foram obrigadas a adotar a evolução da tecnologia., novas tendências morais, a perspetiva de que o casamento ou os filhos já não são tudo o que importa, que está perfeitamente bem viver sem ser mãe ou esposa…

Não é a dialética entre conservadorismo e evolução, é a união de ambas as correntes para poder sobreviver em um mundo cada vez mais em mudança.

Sobre a autora, Claudia Piñeiro

Claudia Pineiro

Claudia Pineiro

Claudia Piñeiro nasceu em 10 de abril de 1960, em Burzaco, Argentina. Ele estudou Economia e se formou na Universidade de Buenos Aires. Trabalhou como contadora por alguns anos, enquanto surgia o interesse pela literatura, o que a levou a preparar diversos textos que seriam publicados posteriormente. Seu primeiro romance foi O segredo das loiras. Apesar de ser finalista dos prêmios La Sonrisa Vertical, esta obra não foi editada.

Em 2004 lançou um ladrão entre nós. Nesse mesmo ano, a autora escreveu e encenou sua primeira peça: quanto custa uma geladeira. Ao longo de sua carreira como criadora literária, ela recebeu vários prêmios, como o Prêmio Clarín de Novela (2005), o Prêmio LiBeraturpreis (2010) ou o Prêmio Sor Juana Inés de la Cruz, do mesmo ano.

Outros livros (de Claudia Piñeiro

  • Betibu (2011);
  • Um comunista de cuecas (2013);
  • O fantasma das invasões inglesas (2014);
  • Um pouco de sorte (2015);
  • as maldições (2017);
  • Quem não (2019);
  • Catedrais (2020).

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