Morrer não é o que mais dói es la primeiro romance de um escritor de romance, Ines Plana, e está a caminho de se tornar um dos melhores vendas do ano. O sucesso de um primeiro filme é um fenômeno incomum. É verdade que tem vários pilares para o conseguir:
- El suporte de uma grande editora: Tendo em vista a divulgação do livro e a edição de luxo com que é publicado, é o grande compromisso da Editorial Espasa para este ano.
- Un gênero de moda: É um romance negro, de detetive, de intriga.
- Uma boa história: Explore a alma dos protagonistas, da vítima ao assassino, passando pelos guardas civis que investigam o caso. Tem um bom enredo onde mais do que surpresas há acenos de cabeça. Neste romance, o porque sim que o como e, acima de tudo, importa o efeito emocional que os acontecimentos e sua descoberta produzem naqueles que estão envolvidos na história.
Destaque-se ao ler Morrer não é o que mais dói que todo mundo tem problemas, os mocinhos, os bandidos e os golpes de relance. É gênero noir e nenhum cadáver está faltando e até uma boa dose de sadismo e crueldade. Ainda assim, a exploração do emocional é a nota dominante do romance. Não é um bom momento para nenhum dos personagens da peça, nem mesmo para o gato, que aos poucos vai se tornando mais um para o leitor, e quando vira algumas páginas sem aparecer, fica pensando nela.
Inés Plana nos traz uma história sangrenta e triste, não há lugar para esperança Nos acontecimentos da história, nem mesmo nos tangenciais, só se pode esperar algo de bom do que a vida traz depois para quem, depois dessas experiências, ainda tem uma chance.
"Ele sabia muito bem que a Guarda Civil é o grupo profissional com maior índice de suicídio, mas não considerava seus superiores capazes de tirar as próprias vidas."
É uma obra original que, respeitando os fundamentos do gênero, afasta-se dos clichês e os estereótipos aparecem e vão de onde vieram. Um romance em que os bandidos são muito maus, os mocinhos são humanos e de onde virão os finais felizes, se vierem, fora de suas páginas.
"Julian tinha alcançado tal autocontrole que às vezes o deixava inquieto: tanto autocontrole poderia explodir sua psicologia em mil pedaços, no dia menos esperado e talvez por causa de algo completamente irrelevante."
Esperamos ler em breve para Inés Plana uma nova aventura do Tenente Julián Tresser e do Cabo Coira, e esperamos que até lá a vida os trate um pouco melhor.
E o resultado da trama, não diga nada? Resolveu por acaso? Eu realmente acho que é um livro ruim: personagens egoístas e mesquinhos, uma trama tão rebuscada que realmente surpreende e aquele final que dá vontade de jogar o livro fora: o que o autor faz é menosprezar e subestimar o leitor. Eu não recomendaria isso, realmente.
Isso, como tudo na vida, é uma questão de gosto. Tem razão que nenhum dos personagens se aproxima da virtude moral, todos eles têm um ponto negativo, alguns até mesquinhos, que impede o leitor de sentir admiração por algum deles. Por outro lado, isso os torna humanos. Esperamos que você nos diga o que nos recomendaria sobre os romances policiais atuais. Teremos o maior prazer em ler e comentar.