Ninguém nesta terra: Víctor del Árbol

ninguém nesta terra

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ninguém nesta terra é um romance policial escrito pelo autor barcelonês Víctor del Árbol. A obra foi publicada pela editora Destino em 2023. Na Espanha, a literatura está cada vez mais optando por um gênero que passaram a chamar de país noir. Trata-se de um tipo de romance policial ambientado em áreas rurais, longe do luxo e da opulência das grandes capitais e de sua arquitetura marcante.

O cenário preferido de del Árbol e de outros autores é o norte da Península Ibérica, sobretudo a Galiza, que é, por sua vez, uma das paisagens onde se passa este romance. Esta é uma terra nas sombras, iluminada apenas por alguns postes de luz. Aqui todos se conhecem, estão cientes de seus erros, de seus pecados, dos segredos mais profundos guardados sob as pedras e os becos.

Sinopse de ninguém nesta terra

O curto espaço entre a luz e a escuridão

Muitas vezes, os mais belos sonhos se transformam em pesadelos, dos quais é muito difícil escapar. trinta anos atrás Julián Leal teve que deixar sua terra natal, a Galícia, no passado por causa de um erro terrível cometido por sua família.

Mais tarde, Já adulto, construiu uma carreira de sucesso na polícia de Barcelona. No entanto, os últimos tempos são desfavoráveis: o protagonista foi diagnosticado com um câncer incurável, e, além disso, é acusado de um crime que não cometeu.

A história se passa em duas linhas de tempo diferentes.entre a década de 70 e a atualidade. Da mesma forma, os cenários onde o narrador move o leitor são muito diferentes: um repousa nas grandes esferas de Barcelona e seu poder, e o outro, na costa da Galiza.

Nos nossos dias, Julián Leal é intimado por ter espancado um molestador de crianças até à morte. Depois de passar algum tempo visitando a cidade onde nasceu, começa a aparecer uma série de cadáveres que podem estar relacionados a ele. 

Um acerto de contas com presente e passado

Depois de saber dos crimes recentes, o superior de Julián Leal decide culpá-lo para se vingar de brigas que tiveram há algum tempo. Sem querer, mas sem saída, o protagonista e sua parceira Virginia são obrigados a participar de uma investigação extremamente perigosa e profunda. Isso os levará a entender que o mal está à espreita e que, se não tomarem cuidado, até seus entes queridos acabarão feridos.

Uma história sobre a antiga batalha

Embora este não seja um romance de super-heróis, o protagonista possui o coração de um. Apesar da saúde debilitada, Julián Leal continua a arriscar a vida todos os dias para proteger os que não têm voz..

Apesar do que possa parecer, o personagem principal não é um homem perfeito, mas um ser humano com falhas e medos para quem tem muito pouco tempo de vida. Ao mesmo tempo, esse sujeito deve enfrentar a mais antiga das batalhas: o bem contra o mal.

Que luta pode ser mais digna do que esta? Provavelmente nenhuma. À medida que Julián e Virginia se aproximam das profundezas do conflito, descobrem que tudo está relacionado com o submundo: narcotráfico, contrabando, abuso de poder por parte do alto comando, o desejo de ser superior...

Soa como um velho cenário familiar?: É. Talvez essa seja a verdade mais incômoda de todas. ninguém nesta terra conta uma história fictícia, mas verdadeira.

A abordagem do verdadeiro poder

Esta romance policial por Víctor del Árbol faz um simples, mas ensaio brilhante sobre o verdadeiro significado do poder. Nas próprias palavras de um dos personagens da peça:

“Os ignorantes acreditam que os poderosos são poderosos porque têm dinheiro, e que o propósito do poder é ganhar ainda mais dinheiro. Mas eles estão errados, eles não entendem a verdadeira natureza do poder. (…) O poder não lhe dá apenas dinheiro, dá-lhe algo muito mais importante e útil: dá-lhe impunidade, coloca você acima do bem e do mal.”

Com esta frase, Víctor del Árbol tira o pó de algo que talvez todos conheçamos, como se estivesse inscrito no nosso ADN colectivo, tal como o vimos e vivemos ao longo da história da humanidade: um tabuleiro de xadrez feito de gente, onde poucos as rédeas sobre o resto. Ninguém realmente tem liberdade real, além da miragem da independência. que os poderosos querem que sintamos para não fazermos barulho.

Prefácio de um assassino

O leitor sabe imediatamente que o protagonista não cometeu nenhum dos crimes de que é acusado. Nas primeiras páginas do romance, o autor oferece um prefácio contado pelo verdadeiro perpetrador.

Mas por que o vilão revelaria seu crime ao público? Esta é uma das questões mais interessantes levantadas na peça. É por meio dela que se revela que, muitas vezes, o mal não é intrínseco.

"Não sou eu quem deveria estar contando essa história. Mas sou eu quem pode contar. (...) Podia escrever bem e seria escritora, cantar e seria cantora, ou fazer cinzeiros de barro e fazer feliz a minha mãe, que os colecionava. Mas mato pessoas por dinheiro e nisso encontrei minha forma de estar no mundo”, diz o narrador do prefácio.

Isso abre outra questão: o que acontece quando não há opções a não ser se tornar um criminoso para se manter vivo?

Sobre o autor, Víctor del Árbol

Vencedor da Árvore

Vencedor da Árvore

Víctor del Árbol nasceu em 1968, em Barcelona, ​​​​Espanha. Durante sua juventude viveu em extrema pobreza, junto com seus pais imigrantes e seus quatro irmãos. A família morava no bairro Torre Baró, próximo ao qual o autor cursou o seminário. Mais tarde, Ingressou na Universidade de Barcelona, ​​​​onde estudou História. Mais tarde, trabalhou como funcionário público na Generalitat da Catalunha.

Apesar das desvantagens financeiras do passado, Víctor del Árbol começou a se tornar conhecido por seus romances, pelos quais ganhou vários prêmios ao longo dos anos. Alguns de seus prêmios mais importantes foram o prêmio Fernando Lara (2008) e o prêmio Nadal (2016). Os críticos espanhóis elogiaram sua pena em várias ocasiões, e seus títulos foram traduzidos para dezenas de idiomas.

Outros livros de Víctor del Árbol

  • o peso dos mortos (2006);
  • o abismo dos sonhos (2008);
  • A tristeza do samurai (2011);
  • respirar pela ferida (2013);
  • Um milhão de gotas (2014);
  • A véspera de quase tudo (2016);
  • Acima da chuva (2017);
  • Antes dos anos terríveis (2019);
  • Filho do pai (2021).

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