Paloma Orozco Ele tem uma carreira profissional muito variada. Estudar Direito, trabalhou como jornalista, venceu a oposição de gerente administrativo, dirigiu jornais, programas de rádio e televisão, e também se dedicou à publicidade e a formação. Mas sempre sonhei em escrever. Ela é apaixonada por Japão e sua cultura e isso se reflete em suas obras como Ensinamentos do samurai para a vida. Mas ele assina muitos outros títulos do gênero fantasia, como Dracônia, A sombra de Peter Pan o o reino do mar. Nesta Entrevista Ele nos conta um pouco de tudo e agradeço muito pelo tempo que dedicou.
Paloma Orozco – Entrevista
- ACTUALIDAD LITERATURA: Você publicou muitos títulos, quase todos com temática fantástica e voltados para o público mais jovem. Algum motivo especial?
PALOMA OROZCO: A verdade é que nunca pensei em escrever para um público específico. Tive a sorte de escrever o que de uma forma ou de outra tocou meu coração. Adoro o gênero fantasia porque, para mim, o mundo de hoje precisa de grandes doses de magia e fantasia.
- AL: Você consegue se lembrar de alguma de suas primeiras leituras? E a primeira história que você escreveu?
PO: Minha mãe me deu meu primeiro livro “O Pequeno Príncipe”, ainda o tenho com sua dedicatória onde ela escreveu as coisas realmente importantes da vida, que se resumem basicamente em três: amor, natureza e seguir seus sonhos. Ao lê-lo, desconfiei que o final não seria feliz, então, antes de terminar o livro, coloquei-o no gelo. Sim, literalmente: coloquei no freezer para que a história congelasse e o protagonista não sofresse. Aí minha mãe me disse que é sempre melhor enfrentar o que não gostamos e mudar. Foi assim que comecei a escrever, mudando o final das histórias que lia. E me tornei um escritor.
- AL: Um redator principal? Você pode escolher mais de um e de todas as épocas.
PO: Sem dúvida os poemas de Borges, Pedro Salinas, Walt Whitman, Emily Dickinson; as histórias de Dino Buzzati, Edgar Alan Poe e Bioy Casares; as romances de aventura de Salgari e Júlio Verne; Paul Auster, Ítalo Calvino, Edgard Lee Masters… São tantos.
- AL: Qual personagem histórico você gostaria de conhecer e qual personagem literário você teria criado?
PO: Eu teria gostado de conhecer o primeiro samurai que existiu no Japão feudal, Tomoe Gozen. Me inspirei nela para meu romance A Filha do Lótus. Sem dúvida, criar uma versão feminina de Sherlock Holmes teria sido legal.
- AL: Algum hábito ou hábito especial quando se trata de escrever ou ler?
PO: A verdade é que não tenho nenhum hobby especial quando se trata de escrever, talvez abrir um novo caderno para documentar a história. Sempre tenho comigo uma fotografia da minha mãe com seu eterno sorriso. Ela também era escritora e suspeito que ainda estejamos conectados, embora ela já tenha partido há algum tempo.
Para ler, adoro ficar confortável e tomar chá. É um momento de relaxamento para mim e quero saboreá-lo.
- AL: Qual é o seu local e hora preferidos para o fazer?
PO: Se eu pudesse escolher, escreveria bem cedo pela manhã ou à noite. Preciso de silêncio absoluto. Mas tive que me acostumar a fazer isso quando posso, a qualquer hora do dia e onde quer que esteja. Agora sou especialista em criar pequenos oásis no turbilhão diário onde consigo me isolar de tudo ao meu redor. Isso também funciona para leitura.
- AL: De quais gêneros você gosta?
PO: Gosto muito de realismo mágico, ficção científica, romances aventuras, poesias, histórias...
- AL: O que você está lendo agora? E escrever?
PO: Agora estou relendo (dizem que um livro que não pode ser lido duas vezes não vale a pena ser lido uma vez) As cidades invisíveisde Ítalo Calvino.
E estou escrevendo outro romance que se passa no Japão feudal durante a era Edo. É uma história fascinante e estou gostando muito de mergulhar naquela época e cultura incríveis.
- AL: Como você acha que está a cena editorial em geral?
PO: Não sou especialista no assunto, mas do meu ponto de vista há editoras que continuam a fazer grandes esforços para trazer bons títulos ao mercado. Acho que a Espanha é um país onde se lê muito. Tive muita sorte com meu editor e com minha editora Edhasa.
- AL: Como você está lidando com o momento atual em que vivemos?
PO: O samurai (como você sabe, me considero um samurai moderno) tinha uma expressão: zanshin, significa a atitude antes da tempestade. O mundo está em crise, mas podemos escolher a nossa atitude em relação às coisas que acontecem. Devemos continuar fazendo a nossa parte para deixar o mundo melhor do que o encontramos. E especialmente treine os olhos do coração, como disse o Pequeno Príncipe.