Victor Colden É madrileno e licenciado em Filologia Românica. Já publicou vários títulos entre os quais estão seu romance inventário do paraíso, uma coleção de prosa literária (Gazeta da melancolia), a história autobiográfica Vinte e cinco de vinte e cinco atrás y Seu sorriso sem tremer. Neste Entrevista nos conta sobre o último, Eu estou indo embora amanhã. Agradeço muito pelo seu tempo e gentileza.
Victor Colden - Entrevista
- ACTUALIDAD LITERATURA: Seu último livro publicado é intitulado Eu estou indo embora amanhã. O que você nos conta sobre isso e de onde surgiu a ideia?
VICTOR COLDEN: Eu estou indo embora amanhã (Abada Editores, 2023) é o diário de uma marcha a pé de seis dias pela região de Tierras Altas, em Soria. A crônica da excursão alterna com breve reflexões sobre temas como solidão e liberdade, eu e os outros, esperança, doença, paixão pelas estradas e a inevitabilidade da escrita.
En Eu estou indo embora amanhã Existem também três ou quatro alusões ao final de uma história de amor. É um livro muito pessoal introspectivo e ao mesmo tempo um livro de viagens escrito ao ar livre em que a natureza está muito presente.
Idéia
A ideia veio de desejo de combinar por escrito algumas das minhas paixões e obsessões. A história de uma caminhada me ofereceu uma estrutura aberta para tecer diferentes temas. Por outro lado, as paisagens desoladas do norte de Soria eram perfeitas para colocar a voz daquele narrador que se define como um “caminhante que escreve” ou um “escritor que caminha”.
- AL: Você pode voltar ao primeiro livro que leu? E a primeira história que você escreveu?
VC: Não sei qual foi o primeiro livro que li. Entre aqueles da minha infância que me lembro, destaco Sapatos de fogo e sandálias de vento, de Ursula Wölfel; o Bíblia contada às crianças, de Anne de Vries; Quadrinhos de José Escobar (Barraca, Zipi e Zape…) e de Francisco Ibanez (Mortadelo e Filemón, 13, Rue del Barnacle, Rompedores de telhado…); as histórias de Astérix (Goscinny e Uderzo) e Tintim (Hergé). Além disso, é claro, os livros de Enid Blyton: a série de Os cincode Os Sete Segredosde Aventura e de Mistério.
Eu acho que o primeira história que escrevi quando adolescente, para um concurso literário escolar (que não ganhei), tinha o título A carta.
Escritores, costumes e gêneros
- AL: Um redator principal? Você pode escolher mais de um e de todas as épocas.
VC: Cervantes, Galdós, Machado, Azorín, Cernuda, Cunqueiro, Carmen Martín Gaite, Juan Marsé, Pablo García Baena, Felipe Benítez Reyes, Marcel Proust, Patrick Modiano, Vincenzo Cardarelli, Giorgio Bassani, Natalia Ginzburg, Oscar Wilde, Robert Louis Stevenson...
- AL: Que personagem em um livro você gostaria de conhecer e criar?
VC: Três personagens que me vêm à mente são Fabricio del Dongo (A Cartuxa de Parma, Stendhal), Salvador Monsalud (segunda série do Episódios Nacionais, Galdós) e David Balfour (Seqüestrado, Stevenson).
- AL: Algum hábito ou hábito especial quando se trata de escrever ou ler?
VC: Na época escrever: se for à mão, use penas, canetas ou marcadores de ponta muito fina. Durma também com um caderno ao seu lado, só para garantir. E, de forma mais geral, cuide do ritmo e da eufonia da prosa.
Na hora de ler: ter um lápis bem apontado para poder sublinhar.
- AL: Qual é o seu local e hora preferidos para o fazer?
VC: Para escrever: A cozinha ou minha mesa, de manhã, bem cedo. Em algumas bibliotecas, quando não há muitas pessoas, também escrevo com muito conforto.
Pára ler: O sofá e cama, primeira ou última hora do dia. Também gosto de ler em ônibus, trens e aviões.
- AL: Existem outros gêneros que você gosta?
VC: Como escritor, o romance, as histórias e as memórias. Como leitor, também poesia e ensaios.
Victor Colden - Visão geral atual
- AL: O que você está lendo agora? E escrever?
VC: Estou lendo três livros: o Vida de Diego de Torres Villarroel na edição de Guy Mercadier para Castalia; um ensaio de Marek Bienczyk intitulado Melancolia. Daqueles que perderam a felicidade e nunca a encontrarão, publicado pela Acantilado com tradução de Maila Lema. E uma antologia de um poeta chileno que adoro, Jorge Teillier: Os domínios perdidos (Fundo de Cultura Econômica, seleção de Erwin Díaz e prólogo de Eduardo Llanos).
No que diz respeito à escrita, trabalho em uma conjunto de histórias sobre amor. Talvez um deles acaba virando romance.
- AL: Como você acha que é a cena editorial?
VC: Tem coisas nele que... Mas fico com a diversidade e a riqueza das vozes dos autores, com a trabalho louvável do tradutores, com o trabalho de editores que se regem por critérios de qualidade e exigência, com o entusiasmo contra o vento e a maré do livrarias pequenos que têm vocação cultural e com o valor inestimável trabalho do Bibliotecas público.
- AL: Como você se sente em relação ao momento cultural e social que vivemos?
VC: Me sinto mal com isso, mas deve ser uma questão de idade...