Principais tipos de estrofes

tipos de versos

Uma estrofe é um conceito métrico que classifica os tipos de versos e sua forma de serem agrupados. em uma composição poética. Não se distribuem da mesma forma que um parágrafo e é importante analisar sua disposição porque disso dependerá a rima, o tipo de rima se houver, o ritmo e a duração da estrofe e seus versos.

Já a Real Academia Espanhola define estrofe como "cada uma das partes compostas pelo mesmo número de versos e ordenadas da mesma forma que algumas composições poéticas". Mas sem dúvida a melhor maneira de entender o que é uma estrofe vendo os diferentes tipos que existem. Expomos os principais tipos de estrofes.

par de versos

Estrofe que forma dois versos com rima consoante ou consoante. É o verso mais simples e pode ser rapidamente associado a ditados populares.

Exemplo: "quem tem vergonha, / não come nem almoça"

trio

Três versos de arte maior (hendecassílabos) com rima consonantal e que por vezes aparecem como estrofe autónoma dentro de uma composição poética maior.

Exemplo: «Mas eu te sofri. Rasguei minhas veias / tigre e mergulhei na tua cintura / num duelo de mordidas e lírios» (F. García Lorca).

Solea

Composição de três versos relacionados com a poesia popular da Andaluzia. São versos de arte menor em rima de assonância.

Exemplo: «Tenho um desejo e uma pena. / A dor quer que eu viva; / querer quer que eu morra» (Manuel Machado).

paisagem de cereais

Quarteto

Composição com quatro versos hendecassílabos ou arte maior com rima consonantal.

Exemplo: "Em que reino, em que século, sob que silêncio/conjunção dos astros, em que dia secreto/que aquele mármore não salvou, surgiu a corajosa/e singular ideia de inventar a alegria?" (Jorge Luís Borges).

redondinha

Agrupamento de quatro versos de oito sílabas e rima consonantal (primeira e quarta, terceira e segunda).

Exemplo: "Pomba branca da paz, / da guerra marca o fim, / cobre-nos com a luz da manhã / cessa a matança loquaz".

serventesiano

Quatro versos de onze sílabas com rima consonantal; rima a primeira estrofe com a terceira e a segunda com a quarta estrofe.

Exemplo: "Fui eu que só disse ontem / o verso azul e a canção profana, / em cuja noite houve um rouxinol / que foi cotovia de luz pela manhã" (Rubén Darío).

quadra

Semelhante à redondilha, a quadra também tem quatro versos octossilábicos, mas o segundo e o quarto versos rimam em assonância.

Exemplo: «Luz da alma, luz divina, / farol, tocha, estrela, sol... / Um homem caminha às apalpadelas; ele carrega uma lanterna nas costas» (Antonio Machado).

Par de versos

Composição poética de quatro versos de arte menor e rima de assonância. Muito comum em canções populares.

Exemplo: "Não sei o que diz o vento, / não sei o que diz o mar, / mas quando olho para o horizonte / sempre começo a chorar."

paisagem de árvore com sol

Seguidilla

São versos heptassilábicos e pentassilábicos e rima de assonância.

Exemplo: "Bem, você anda nas palmeiras, / santos anjos, / meu filho adormece, / tem os galhos" (Lope de Vega).

Faixa

Quatro versos alexandrinos (14 sílabas) e rima consonantal. É um tipo de estrofe usado principalmente na Idade Média (séculos XIII-XIV).

Exemplo: «Era um simples clérigo, pobre clérigo / dizia cutiano Missa de la Santa María; / Não sabia dizer outro, dizia-o todos os dias, / sabia-o mais pelo uso do que pela sabedoria» (Gonzalo de Berceo).

Limerick

Composição de cinco versos de arte menor (octossílabas) e rima consonantal. Pode apresentar variações métricas.

Exemplo: "Nem imagino o vinho branco / de quarenta anos tão bom / como a tua boca perfumada: / que, como o senhor a rosa, / o vinho cheira a vilão" (Lope de Vega).

quinteto

Estrutura poética semelhante ao limerick, mas com versos de maior arte; a rima também é consoante. Apresenta as variações do limerick.

Exemplo: "Uma noite meu pai, sinto-me criança, / vendo a dor me consumir, / com as frases que só o afeto dita, / lançou a profecia do meu destino, / uma noite meu pai, sinto-me criança" (Julián da Casa).

Lira

Agrupamento de cinco versos heptassilábicos e hendecassílabos com rima consonantal. Sua origem é italiana e também pode ser identificada com o nome de "meia estada".

Exemplo: «Se a minha lira baixa / pudesse fazer tanto som, que num momento / apaziguasse a cólera / do vento impetuoso, / e a fúria do mar agitado» (Garcilaso De la Vega).

cereais ao vento

sexteto

Há seis versos de arte principal e rima consonantal. Pode haver variações.

Exemplo: «Uma fila de seminaristas desfila, / panos nus como os sopistas, / tricornes de folia, negrume da montanha. / A manada de mulas de duas águas / negras e empertigadas, sem alegrias nupciais, / e o arrieiro canta uma canção aragonesa» (Ramón del Valle-Inclán).

sêxtuplo

Seis versos de arte menor e rima consonantal. Assim como o sexteto, também pode apresentar um esquema métrico com variações.

Exemplo: "Profunda placidez, submissa / à lei, e na boca mansa / breve, sorriso / enigmático, sutil, / iluminador, indeciso, / a tez cor de marfim" (Amado Nervo).

Dístico de pé quebrado

Composição também denominada "copla manriqueña" pelo autor Jorge Manrique (século XIV). É composto por versos octossilábicos e tetrassilábicos, e sua rima é consonantal. Pule, portanto, o verso curto ou menor com o longo ou maior.

Exemplo de dois dísticos: «Lembra-te da alma adormecida, / revive o cérebro e acorda / contemplando / como passa a vida, / como chega a morte / tão silenciosa, / com que rapidez o prazer vai embora, / como, depois de concordar, / dá dor; / como, a nosso ver, / alguma vez passada / foi melhor» (Jorge Manrique).

oitavo real

Também é conhecido pelo nome de "oitava rima". É um conjunto de oito versos hendecassilábicos. O oitavo real é dividido em seis versos com rima alternada e um dístico formado pelos dois últimos versos.

Exemplo: «Bem-aventurança é sonhar quando acordo sonhos / o coração do homem a sua esperança, / a sua mente lisonjeia a sorridente ilusão, / e o bem presente alcança o futuro; / e depois da bandeira aérea e luminosa / do entusiasmo, lança-se o espírito / sob um céu de luz e cores, / campos a pintar flores perfumadas» (José de Espronceda).

décimo ou espinélio

Composição de dez versos de oito sílabas com rima consonantal.

Exemplo: «O rico sonha com a sua riqueza, / quem mais cuida dele; / sonha o pobre que sofre / sua miséria e sua pobreza; / sonha aquele que começa a prosperar, / sonha aquele que se esforça e finge; / sonha aquele que ofende e ofende; / e no mundo, em conclusão, / todos sonham com o que são / embora ninguém o entenda» (Calderón de la Barca).

Caneta tinteiro

soneto

Agrupamento de quatorze versos de arte maior (hendecassílabos), distribuídos da seguinte forma: duas quadras e duas tercinas. Surgiu na Idade Média e se espalhou enormemente através da língua espanhola.

Exemplo: «É gelo escaldante, é fogo congelado, / é uma ferida que dói e não se sente, / é um sonho bom, um mal presente, / é um descanso curto muito cansado. / É um descuido que nos dá cuidado, / um covarde, de nome bravo, / um andar solitário entre as pessoas, / um amor só para ser amado. / É uma liberdade aprisionada, / que dura até a última paralisia, / doença que cresce se for curada. / Esta é a criança Amor, este é o seu abismo. / Olha que amizade terá com o nada / aquele que em tudo é o oposto de si mesmo!» (Francisco de Quevedo).

Romance

De origem espanhola, consiste em um número indefinido de versos de oito sílabas com rima de assonância (os pares) e verso solto (os ímpares). Os temas são muito variados, embora seja uma composição poética narrativa. Muitos romances chegaram até nossos dias anonimamente.

Fragmento de romance: «Entre os cavalos soltos / dos Zenetes vencidos, / que buscavam pelos campos / entre o vermelho e o verde, / aquele espanhol de Oran / um cavalo solto pega, / pelo seu relincho exuberante / e pelo seu boletos fortes, / para levá-lo, / e levar cativo um mouro, / que cativou, / capitão de cem zenetes. / No cavalo ligeiro / sobem ambos, e ele parece, / com quatro esporas, ferido, / que quatro ventos o movem. / Triste o alarme anda, / e o mais baixo que pode / lança suspiros ardentes / e derrama lágrimas amargas […]» (Luis de Góngora).

Silva

Forma métrica em que diferentes versos heptassilábicos e hendecassílabos se sucedem (podem ser mais longos ou mais curtos). Os versos podem ter rimas diferentes.

Fragmento de uma silva: «Ao velho olmo, fendido por um raio / e no seu meio podre, / com as chuvas de abril e o sol de maio / cresceram algumas folhas novas. / O olmo centenário na colina / que lambe o Douro! Um musgo amarelado / mancha a casca esbranquiçada / o tronco podre e poeirento. / Não será, como os choupos cantores / que guardam o caminho e a orla. / habitado por rouxinóis marrons» (Antonio Machado).


Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

*

  1. Responsável pelos dados: Miguel Ángel Gatón
  2. Finalidade dos dados: Controle de SPAM, gerenciamento de comentários.
  3. Legitimação: Seu consentimento
  4. Comunicação de dados: Os dados não serão comunicados a terceiros, exceto por obrigação legal.
  5. Armazenamento de dados: banco de dados hospedado pela Occentus Networks (UE)
  6. Direitos: A qualquer momento você pode limitar, recuperar e excluir suas informações.