Maria Claro. Entrevista com o autor de Tears of Red Dust

Conversamos com a escritora María Suré sobre seu trabalho.

Fotografia: Maria Claro. Perfil do Facebook.

Maria Claro Ela nasceu em Salamanca, mas mudou-se para Valência aos 21 anos e estuda Engenharia da Computação. Atua como analista e desenvolvedora de Programas, mas como era apaixonado pela leitura e pela escrita, em 2014 escreveu seu primeiro romance, a cor do perdão. Mais tarde seguiram Proyecto BEL, Huérfanos de sombra e agora em junho passado apresentou Lágrimas de poeira vermelha. Neste entrevista extensa Ele nos conta sobre ela e muito mais. Agradeço-lhe muito seu tempo e bondade para me servir.

Maria Claro - Entrevista

  • ACTUALIDAD LITERATURA: Seu último romance publicado é intitulado Lágrimas de poeira vermelha. O que você pode nos dizer sobre isso e de onde surgiu a ideia?

MARIA CERTO: A ideia surgiu quando decidi definir o próximo romance em Valência, a cidade que me acolheu tão bem durante os quase trinta anos que nela morei. Comecei a pesquisar a história da cidade e descobri histórias realmente interessantes que me levaram de cabeça na trama que se desenrola em lágrimas de poeira vermelha. É muito importante o que aconteceu na cidade na época da Moderno Foral Valencia (séculos XV e XVI), em que o carrasco executava os condenados com penas de morte diferentes dependendo do crime que haviam cometido e seus cadáveres eram expostos em certas áreas da cidade como um alerta ao resto da população.

Atualmente, existe um jardim chamado jardim de Polífilo que foi construído como uma homenagem à história que é contada em um manuscrito do século XV muito particular: O Hypnerotomachia Poliphili (Sonho de Polífilo em espanhol). Trata-se de um incunábulo cheio de hieróglifos e escrito em várias línguas, um deles inventado. Sua autoria é atribuída a Francisco Colonna, um monge da época, algo curioso se levarmos em conta o número de gravuras de alto teor sexual que esse manuscrito contém. É um livro maravilhoso do qual se conservam vários exemplares em Espanha, todos eles marcados pela censura de uma forma ou de outra. Algumas têm páginas faltando, outras estão riscadas, queimadas... A obra completa está disponível gratuitamente na Internet e convido você a dar uma olhada porque acho que vai gostar.

En lágrimas de poeira vermelha, um assassino recria algumas das cenas da época em que os presos foram executados em Valência por cometerem seus crimes hoje. O jardim de Polifilo é um dos locais escolhidos por este assassino e a polícia terá de estudar o antigo manuscrito para descobrir quem está por detrás das mortes e porquê.

By the way, o título é muito importante nesta novela. Quando o leitor descobrir o porquê, ele entenderá muitas coisas e as peças começarão a caber em sua cabeça.

  • AL: Você consegue se lembrar de alguma de suas primeiras leituras? E sua primeira escrita?

MS: Quando eu era muito pequena eu adorava narrador. Meus pais me compraram muito. eu coloco a fita fitas e acompanhava a leitura da história enquanto a ouvia. Alguém os memorizou. Acho que foi aí que descobri minha paixão pela leitura. Alguns anos depois, devorou ​​todos os livros de Os cinco, que ainda tenho. Mais tarde, quando já era um pouco mais velho, lembro-me de ansiar pela chegada do Bibliobus que passava pela minha cidade quinzenalmente para pegar todos os livros que queria ler. 

Comecei a escrever quando tinha dez ou doze anosNão me lembro muito bem. eu escrevi um romance de aventura no estilo dos Cinco. Fiz a lápis, com desenhos das cenas mais importantes. Terá cerca de trinta páginas e ainda tenho o manuscrito cheio de rasuras, erros ortográficos e notas na margem. Guardo com muito carinho porque era a forma como meu eu infantil já imaginava as histórias na cabeça e sentia a necessidade de colocá-las no papel. 

  • AL: Um autor líder? Você pode escolher mais de um e de todos os períodos. 

MS: Como é difícil escolher entre tantos bons escritores! eu lia muito Patricia Highsmith, John le CarréMesmo Stephen King teve um lugar estelar entre minhas leituras adolescentes. Como autores mais recentes optaria por Dolores Redondo, Maite R. Ochotorena, Alaitz Leceaga, Sandrone Dazieri, Bernard minierNiklas Natt och Dag, Jo Nesbo, J.D. Barker... 

Um escritor que descobri este ano e cujo estilo gosto muito é Santiago Álvarez.

  • AL: Que personagem em um livro você gostaria de conhecer e criar? 

MS: Na minha opinião, o melhor personagem da história da literatura negra é o de Lisbeth Salander da série Millennium. É perfeito. Eu amo esses personagens que são aparentemente fracos, indefesos e muitas vezes atraem predadores que pensam que têm o direito de se aproveitar deles. Personagens que, empurrados por circunstâncias que os colocam no limite, extraem do nada uma força interior que os torna capazes de mover montanhas e deixar o leitor sem palavras. 

  • AL: Algum hábito ou hábito especial quando se trata de escrever ou ler? 

MS: eu gosto me isolar do ambiente ao escrever concentrar. Coloco meus fones de ouvido e escuto música. muitas vezes eu ouço Canções que estão em sintonia com o que estou escrevendo. Eu uso mais música melancólica para cenas tristes, ou rock para cenas que exigem mais ação. Com o último romance comecei a fazer uma lista de reprodução no Spotify das músicas que mais escutei durante o processo de composição e gostei da experiência. Está publicado em meu site e pode ser acessado por quem quiser.

Outras vezes eu apenas escuto sons da natureza e principalmente chuva. Esses sons me relaxam muito quando estou escrevendo. Acho que também depende do meu humor no momento.

  • AL: Qual é o seu local e hora preferidos para o fazer? 

MS: Eu adoraria ter um momento favorito e poder cumprir os horários, mas é complicado quando você não se dedica apenas a isso. No final, estou procurando lacunas e a hora do dia pode ser muito variado. De manhã cedo, na hora da sesta, ao amanhecer... O momento ideal é quando a casa fica em silêncio e seus personagens começam a exigir sua atenção. Tento dedicar algumas horas a isso todos os dias, mas nem sempre é possível.

Antes eu escrevia à mão e fazia em qualquer lugar, mas entendi que fazer assim me levava o dobro do tempo que eu tinha para transcrever tudo de volta para o computador. Agora Eu sempre escrevo na minha mesa, meu cantinho onde sou feliz por algumas horas todos os dias.

  • AL: Existem outros gêneros que você gosta? 

MS: Eu tento ler de tudo. É verdade que li romances que não pertencem ao gênero noir e que adorei. Acho que gostamos de um romance pela forma como é escrito e pelo enredo, independentemente do gênero ao qual pertence. O que acontece é que, na hora de escolher, sempre me inclino para o preto, tanto para ler quanto para escrever. Porque eu gosto muito do mistério, daquela atmosfera, às vezes um pouco sufocante, em que esse tipo de história costuma acontecer, de levar os personagens ao limite e explorar o lado sombrio que todos carregamos dentro.

  • AL: O que você está lendo agora? E escrever?

MS: Normalmente combino a leitura de vários romances ao mesmo tempo e em formatos diferentes. estou lendo no momento Ccidade em chamas, por Don Winslow em digital, boogie de bolonha, de Justo Navarro no papel e ouvindo o ladrão de ossos, de Manel Loureiro, em audiolivro. Desses três, devo dizer que a história que mais estou gostando é a última.

Atualmente estou escrevendo a continuação lágrimas de poeira vermelha. Fiquei querendo mais na vida de alguns personagens e muitos leitores começaram a pedir uma segunda parte. Os mesmos personagens principais aparecerão nele, mas envolvidos em uma trama totalmente diferente para que ambos possam ser lidos de forma independente.

  • AL: Como você acha que é o cenário editorial e o que fez com que você tentasse publicar?

MS: O momento em que vivemos é complicado para a cena editorial e para muitos outros. Na Espanha, quase cem mil títulos são publicados a cada ano, então a competição é brutal. Deles, 86% não vendem mais de cinquenta cópias por ano, para que você possa ter uma ideia da situação. Felizmente, em nosso país, as pessoas leem cada vez mais. O confinamento aproximou as pessoas dos livros, mas ainda estamos muito abaixo do resto dos países europeus em termos de leitura. Mais de 35% dos espanhóis nunca lêem. Parece que há uma tendência de ler mais no papel do que há alguns anos e o formato de audiolivro está assumindo um papel de liderança. 

Meus três primeiros romances são auto-publicados na Amazônia. É uma boa opção para escritores que estão começando, pois permite que você divulgue seus trabalhos caso não tenha uma editora. O problema é que o alcance que você tem como autoeditor não tem nada a ver com o que uma editora tradicional pode te proporcionar. É por isso que decidi experimentá-lo com meu último romance. Tanto o Planeta quanto o Maeva se interessaram e eu finalmente assinei um contrato de publicação com este último. A experiência foi e está sendo muito satisfatória e espero continuar trabalhando com eles no futuro.

  • AL: O momento de crise que estamos vivenciando está sendo difícil para você ou você pode guardar algo positivo para histórias futuras?

MS: Eu quero pensar nos momentos ruins você sempre pode obter algo de bom. Como no caso da pandemia, que fez com que as pessoas passassem a ler muito mais. Neste momento de crise em que as empresas tentam minimizar o risco ao máximo, penso que, en caso do mundo editorial, é possível que os trabalhos publicados sejam mais selecionados e a qualidade do que sai no mercado é melhor. Quanto ao meu ponto de vista como escritor, continuarei escrevendo como de costume, faça chuva ou faça sol. Porque não escrevo pensando em publicar uma obra, mas em dar o melhor de mim e dos meus personagens em todos os momentos. Então, uma vez terminado, veremos o que acontece com ele. 


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  1.   Sergio Martinez dito

    Adorei esta entrevista. Espera-se que autores como María Suré contribuam para melhorar a qualidade da literatura e do gênero negro em particular e façam com que os escritores espanhóis se destaquem internacionalmente.