Rosa Huertas. Entrevista com o autor de Lazos de tinta

Entrevista com Rosa Huertas

Fotografia: site do autor

Rosa Huertas nasceu em Madrid e obteve o doutorado em Ciências da Informação pela Universidade Complutense, além da licenciatura em Filologia Hispânica pela Universidade de Múrcia.

Publicou mais de vinte livros infantis e juvenis, bem como coleções de histórias. Alguns títulos são lua ruim, É tudo uma máscara o coração metálico, entre outros. A última coisa foi um novela para leitores agora adultos, gravatas de tinta. Nesta Entrevista Ele nos conta sobre toda a sua carreira. Agradeço muito pelo seu tempo e gentileza.

Rosa Huertas – Entrevista

  • LITERATURA ATUAL: Você publicou muitos livros de literatura juvenil, os mais recentes A estrela de Carmem o a sala secreta, mas também romances fora desta área, como Ligações do alvo. Quais aspectos de cada estilo e gênero você acha mais complicados e fáceis? 

ROSA HUERTAS: No livros para crianças e jovens o mais difícil é encontrar um tema sugestivo e interessante  para leitores dessas idades e conta um enredo que mantém o interesse ao longo da leitura. nos romances adultos a parte mais difícil é a documentação, porque são romances históricos. 

  • AL: Você consegue se lembrar de alguma de suas primeiras leituras? E a primeira coisa que você escreveu?

RH: Sem dúvida, Célia na escola, de Elena Fortún, foi o livro que me transformou em leitora. Eu li toda a série estrelada por aquela garota safada. E então muitos outros de um Coleção Bruguera que incluía romances de aventura, histórias populares...

A primeira coisa que me lembro de ter escrito foi num verão em que me diverti muito. e, como não queria esquecê-lo, escrevi imitando minha querida Célia. no romance Célia na escola, diz: “O que está escrito é como se sempre tivesse acontecido”. Citei essa frase em vários de meus trabalhos. Em 2012, quando já tinha vários romances publicados, recuperei essas memórias, transformei-as num conto para crianças e escrevi A caixa do tesouro

Autores e personagens

  • AL: Um autor líder? Você pode escolher mais de um e de todos os períodos. 

Direita: Elena Fortun Ele descobriu o mundo mágico da leitura para mim. Há alguns anos li outros romances seus para leitores adultos, inéditos, que me fascinaram. Leio muito sobre ela, tenho uma boa amizade com Nuria Capdevilla, a maior especialista em Elena Fortún, e escrevi dois contos relacionados à escritora. 

Eu admirei muito Carmen Martin Gaite, li todas as suas obras, algumas várias vezes, e nos conhecemos. Ela é uma das minhas professoras. 

E os grandes nomes da literatura infantil e juvenil espanhola contemporânea têm sido meu farol e meu guia: Alfredo Gómez Cerdá, Joan Manuel Gisbert, Mónica Rodríguez…E eles também são meus amigos. 

  • AL: Qual personagem você gostaria de conhecer e criar? 

RH: Gostaria de conhecer as escritoras e mulheres de outras épocas que foram protagonistas dos meus romances: Miguel Hernández, Lope de Vega, García Lorca, Gertrudis Gómez de Avellaneda, Carolina Coronado...

Se falamos de personagens totalmente fictícios, fico com Celia

Costumes e gêneros

  • AL: Algum hábito ou hábito especial quando se trata de escrever ou ler? 

Direita: Leia, no papel. Não consegui me acostumar com o e-book. Eu gosto muito de ler quando vou no Metroem trem o em avião.

Quando começo a pensar em um romance, tenho que faça anotações à mão em um caderno que escolho com cuidado. E alguns capítulos eu escrevo primeiro no papel e depois transfiro para o computador. Principalmente quando vejo que estou tendo dificuldade em contar uma cena. 

  • AL: Qual é o seu local e hora preferidos para o fazer? 

RH: O lugar é a coisa menos importante, Escrevi em lugares muito diversos. Na minha casa tenho a mesa em frente a uma grande janela por onde entra muita luz, mas só dá para ver os tijolos do prédio da frente. A semana passada estive na Galiza e da janela a paisagem era linda: a foz do Minho, a praia, as montanhas... Uma delícia de escrever. E agora estou na casa de campo da minha mãe e tenho o computador numa mesa de plástico de jardim, na sala, ao lado do ar condicionado. 

O momento é muito importante. Só posso escrever se houver luz, durante o dia, pela manhã. Gosto de acordar cedo, no verão, às 7 ou 8, quando já amanhece, e começar a escrever. Antes mesmo de tomar café da manhã. Assim que falta energia, não consigo escrever uma única linha. 

Rosa Huertas — Panorama Atual

  • AL: Que outros gêneros você gosta? 

RH: Li muitos romances, principalmente de autores espanhóis. Eu também gosto do poesia, mas não como escritor, não é meu gênero. Vou ao teatro algumas vezes.

eu prefiro ler romances realistas: históricos, autoficção…de pequenas editoras. E a nova literatura infantil e juvenil publicada pelos meus colegas. 

  • AL: O que você está lendo agora? E escrever?

RH: estou com O pão seco, de Mohamed Chukri, e Feira, por Ana Iris Simón. Sempre leio mais de um por vez. Agora Estou revisando o romance histórico que será publicado em janeiro

  • AL: Como você acha que é a cena editorial?

Direita: Muito é publicado e comercial é procurado, principalmente por grandes editoras.. Mas se você tiver critério, encontrará obras muito interessantes em editoras menos chamativas. Não é fácil publicar, por isso estou satisfeito por poder fazê-lo nas editoras que me interessam. 

  • AL: Como você se sente em relação ao momento atual que vivemos? 

Direita: Guerras e injustiças sociais me afligemNão entendo tanto ódio e tanta indiferença. Eu me sinto impotente. 

Há aspectos que hoje não entendo, que me parecem de outro mundo. Acho que envelheci e o que está relacionado com influenciadores, The youtubers e o resto tem pouco a ver comigo. Sou professor há mais de 30 anos e sinto-me próximo dos meus alunos, mas estes jovens do século XXI parecem-me mais estranhos. 

Porém acredito que vivemos num ambiente de maior liberdade do que quando eu era adolescente e no feminismo estamos avançando. O importante é não dar um passo atrás. 


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