Javier Pellicer, escritor de romance histórico, tem novo romance, Lerna, O Legado do Minotauro, que saiu em 8 de outubro. Eu realmente aprecio o tempo que você gastou nisso Entrevista onde fala sobre livros, autores, projetos e o panorama editorial.
ENTREVISTA COM JAVIER PELLICER
- ACTUALIDAD LITERATURA: Você se lembra do primeiro livro que leu? E a primeira história que você escreveu?
JAVIER PELLICER: Minhas primeiras leituras não eram livros propriamente ditos, eram história em quadrinhos. Me tornei um leitor graças a Asterix, Mortadelo e Filemón, Homem-Aranha ou Batman. Esse tipo de leitura nunca recebe crédito suficiente, mas acho que é um gênero que pode ser essencial para apresentar o crianças no mundo de literatura.
Quanto à primeira história que escrevi, fui ambicioso (e bastante ingênuo) em ousar todo um trilogia fantástica que, aliás, eu amarrei e ainda guardo. Não porque me orgulhe desse grotesco (ninguém nasce ensinado), mas justamente para que ele me lembre o quanto tenho avançado como escritor.
- AL: Qual foi o primeiro livro que mais te impressionou e por quê?
JP: Não acho que a resposta seja muito original: O Senhor dos Anéis. Na verdade, eu estava tão apaixonado por isso que era o acionar que ele decidiu ser um escritor. Mais uma vez, ingênuo da minha parte, eu queria emular as artes de Tolkien (daí a trilogia da qual eu estava falando antes). Com o tempo eu obviamente encontrei meu próprio estiloMas estou convencido de que sem o impacto que o trabalho de Tolkien teve sobre mim, eu nunca teria pensado em ser um escritor. Ou talvez sim.
- AL: Quem é seu escritor favorito? Você pode escolher mais de um e de todas as épocas.
JP: Além de Tolkien, eu nomearia outros clássicos como Asimov, Arthur C. Clarke ou Stanislaw Lem. Mais atual, ficaria com Ted chiang, cuja antologia a história da sua vida É o melhor que li nos últimos tempos. O ficção científica Também me influenciou muito. E quanto aos escritores espanhóis, sem dúvida minha principal escolha é Jordi Sierra e Fabra.
- AL: Que personagem em um livro você gostaria de conhecer e criar?
JP: Eu adoraria conhecer quem eu pessoalmente considero o melhor personagem do gênero fantasia (embora também muito pouco conhecido): Simon Bolthead (protagonista da saga Saudades e arrependimentos, por Tad Williams).
É um personagem muito bem construído em termos de sua evolução, e isso representa melhor do que ninguém aquela jornada de crescimento não do herói clássico, mas do ser humano, na sua passagem de jovem a adulto.
- AL: Alguma mania quando se trata de escrever ou ler?
JP: Silêncio absoluto. Sem música, sem distrações. No máximo som de chuva. Y café, muito café.
- AL: Qual é o seu local e hora preferidos para o fazer?
JP: Geralmente meu escritório, embora quando eu bloqueio Eu gosto de pegar um caderno e uma caneta e sentar no jardim. Sempre de manhã cedo, quando a cabeça ainda retém um pouco daquela sonolência dos sonhos tão propícia à criatividade.
- AL: O que seu novo romance nos diz, Lerna. O legado do minotauro?
Lerna é adaptação pessoal de um dos mitos fundadores irlandeses incluído em O livro das invasões da Irlanda, com a particularidade de que o coloquei em um contexto histórico como o Idade do bronze, e associei isso a uma cultura emocionante, a civilização minóica do rei minos e o minotauro.
A história começa quando Estrela, o filho mais novo do rei Minos, retorna a Creta e descobre que a placidez de que se lembrava se desvaneceu: confrontos familiares e um profecia anunciar o fim da casa dos Minos ameaça seu futuro, e Starn terá que decidir se ele enfrenta essa ameaça ou se parte junto com seu irmão Partolón em busca de um novo lar.
É um Romance de aventura, com carga pesada épico e até mesmo toques de intriga palaciano, mas acima de tudo é um romance de personagem, de suas emoções e sua evolução, porque essa é sempre a minha marca registrada.
- AL: Outros gêneros que você gosta?
JP: Talvez a questão deva ser de quais gêneros eu não gosto. Eu li e até escrevi quase qualquer registro, seja através de romances ou contos. Um pouco dependendo do momento: ficção científica, fantasia, erótico, histórico, contemporâneo… Acho que mais do que uma questão de gênero, é mais uma questão de boas histórias. O contexto não é tão importante.
- AL: O que você está lendo agora? E escrever?
JP: Atualmente estou lendo A voz e a espada, um fabuloso romance histórico de Vic Echegoyen. E eu estou escrevendo, ou melhor, checando, que é possivelmente meu próximo romance. No momento eu só posso revelar que vou dar um pular para frente no tempo. Um grande salto.
- AL: Como você acha que é o cenário editorial para tantos autores quantos existem ou querem publicar?
JP: O mundo editorial sempre foi um guilda complicada, com ou sem crise. Possui algumas particularidades que o tornam muito exigente e onde é difícil se destacar ou mesmo permanecer. No entanto, é verdade que probabilidade isso agora nos dá Internet faz com que muito mais pessoas considerem ser um escritor e editor.
Talvez isso tenha levado a um aumento da concorrência e, aliás, ao excesso de publicações, mas não se engane: publicar sempre foi muito complicado. Ainda assim, se você acredita em si mesmo, é possível. Eu e muitos outros colegas somos a prova.
- AL: O momento de crise que estamos vivenciando está sendo difícil para você ou será capaz de guardar algo positivo para futuros romances?
JP: É muito difícil tirar algo positivo de uma situação tão dramática para muitos e isso, além disso, está colocando nosso modo de vida normal em xeque. No nível de negócios editoriais nós acorrentamos a crise econômica anterior com esta pandemia, o que está afetando seriamente o ciclo de vida de muitos romances pela impossibilidade de realizar uma promoção adequada. Mas talvez seja o possibilidade de se reinventar, buscar novos caminhos e divulgar ferramentas como a Internet. Eu espero ao menos.
A ideia final de transformar essa crise em uma oportunidade de encontrar novas formas de inter-relação é interessante. Obrigado pela nota.
Um charme de entrevista, Javier é um autor muito loquaz, é eloqüente e me fascina que seja fã de Ficção Científica. E sua abordagem para encontrar alternativas para a crise atual é muito encorajadora.
Gustav Woltmann.