Ontem, no dia do nosso feriado nacional, celebramos a chegada de Cristóvão Colombo à América, um feito oceânico que marcou o início de um período de esplendor e projeção externa para a Espanha. Nossos ancestrais trouxeram para a Europa plantas desconhecidas, novos alimentos, a promessa de prata e ouro e um vasto território desconhecido para explorar, colonizar e sonhar.
É de se perguntar se a descoberta da América foi tão positiva para os do outro lado, os derrotados pelo aço, pelo fogo e pela ambição dos conquistadores. E quando se fala em derrotados, não devemos pensar nas atuais nações americanas, fundadas por crillos e mestiços. Não são vítimas de Pizarro e Cortés, mas de suas filhas emancipadas. É por isso que eles também comemoram 12 de outubro. Devemos buscar as autênticas derrotas da conquista hoje nas comunidades e culturas indígenas que mal sobrevivem.
O tempo passou, mas a perseguição aos indígenas continua. Em um artigo antigo recuperado ontem por www.ecoportal.net, o autor de Memória de fogo, o uruguaio Eduardo Galeano, Ele escreve: «Depois de cinco séculos de negócios em toda a cristandade, um terço das selvas americanas foi aniquilado, muitas terras que eram férteis são estéreis e mais da metade da população come refogados. Os índios, vítimas da mais gigantesca expropriação da história universal, continuam a sofrer a usurpação dos últimos vestígios de suas terras e continuam a ser condenados à negação de sua identidade diferente. Eles ainda estão proibidos de viver de sua própria maneira e maneira, eles ainda têm o direito de ser negado. No início, os saques e outros atos eram feitos em nome do Deus do céu. Agora eles são cumpridos em nome do deus do Progresso. "
O artigo é intitulado "12 de outubro: nada para comemorar" e é uma denúncia dura e lúcida das iniquidades que o capitalismo, disfarçado de civilização, ainda inflige aos filhos da terra. Sua leitura me parece indispensável.
-Mais informações sobre Eduardo Galeano: 1, 2 3.
DE EDUARDO GALEANO… TUDO É BOM, REFLEXÕES, VERDADES, HUMOR NAS REALIDADES, UM SENHOR DO PENSAMENTO E DA ANÁLISE.